Por que Djokovic faz questão de mostrar este símbolo religioso?
Djokovic com uma cruz no pescoço é uma das imagens principais destes Jogos Olímpicos. Mas qual é o seu significado? O que está por trás dela?
Depois das vitórias sobre Matthew Ebden e Rafa Nadal nas duas primeiras rodadas do tênis individual, Djokovic concedeu uma entrevista coletiva, na qual deixou à mostra o comentado colar.
Além disso, ele, cristão fervoroso, declarou: "As minhas costas estão sempre guardadas por Deus e pelos anjos”.
O símbolo em seu pescoço é a cruz de Hilandar, mosteiro sérvio-ortodoxo localizado no Monte Athos (Grécia), onde o tenista passou três dias com seu pai e irmãos, em um retiro espiritual.
“Ele acredita em Deus e eu acredito que ele é o Seu escolhido. Ele usa uma cruz de Hilandar e isso lhe traz paz e felicidade. Ele reza de manhã, à tarde ou quando precisa", explicou a mãe do tenista, Dijana Djokovic, em 2020, ao jornal sérvio Blic.
Djokovic, de fato, ajudou financeiramente a Igreja Ortodoxa em diversas ocasiões: para restaurar um mosteiro em Gracanica (Kosovo), financiar a construção de uma capela no vilarejo do seu avô em Montenegro, ou salvando outra em Nice, a Capela da Dormição, como noticiou o Le Figaro.
A Capela da Dormição está localizada no porto de Nice e é a única da região que depende do Patriarcado da Sérvia. Djokovic publicou no Instagram uma foto, com o filho, colocando algumas flores diante de uma imagem da Virgem Maria nessa capela.
Em 2011, o atleta sérvio recebeu, de Irineu I da Sérvia, a medalha da Ordem de São Sava, primeira classe, a mais alta distinção dentro da igreja a que ele pertence, pela sua contribuição aos mosteiros ortodoxos do Kosovo e Metohija.
“Este é o título mais importante da minha vida porque, antes de ser atleta, sou cristão ortodoxo”, disse o tenista, na ocasião.
Mas uma postura compartilhada com o mundo religioso ortodoxo fez Djokovic ser expulso do Aberto da Austrália, em 2022: ser contra as vacinas da covid-19.
Foi nessa época que seu pai, Srdjan Djokovic, deu uma chocante declaração ao jornal sérvio Telegraf: “O meu filho é o Spartacus do novo mundo que não tolerará a injustiça, o colonialismo e a hipocrisia. Ele está preso, mas nunca esteve mais livre. Ele se tornou o símbolo e o líder do mundo livre, o líder do mundo das nações e das pessoas pobres e necessitadas. Também quiseram crucificar Jesus Cristo".
Em declarações ao mesmo meio, o porta-voz da família definiu o tenista como “uma personalidade forte e emotiva” que “luta não só por si, mas por todos neste mundo que defendem as suas convicções éticas e morais".