A complicada vida financeira de atletas olímpicos brasileiros
Apesar de estar no topo do mundo dos esportes, muitas das estrelas dos Jogos Olímpicos fazem um verdadeiro malabarismo financeiro para poder levar adiante a carreira como atleta.
Para conseguir a classificação olímpica, um atleta precisa ter uma rotina que inclui várias horas diárias de treino, preparação física e alimentação adequada, além de participar de diversas competições, o que, muitas vezes, implica viajar.
Isso sem falar no alto custo das instalações e equipamentos que cada modalidade necessita, como é o caso da ginástica, esgrima, canoagem tênis de mesa e muitas outras.
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Sem patrocínios milionários, de acordo com uma pesquisa realizada pela Global Athlete, 71% dos atletas olímpicos, paralímpicos e aspirantes afirmaram ter um trabalho remunerado além de suas atividades esportivas.
Em 2020, 58% dos cerca de 500 atletas de alto rendimento entrevistados pela organização declararam que não eram financeiramente estáveis.
A maioria faz um esforço sobrehumano para chegar até ali, com a promessa de conseguir uma medalha, que, além do prestígio, também é recompensada financeiramente.
Na foto, o brasileiro medalhista de bronze Augusto Akio, o Japinha do skate, em Paris 2024.
Em esportes individuais, o medalhista de ouro recebe do Comitê Olímpico Brasileiro 350 mil reais. Quem fica com a prata ganha 210 mil e o terceiro colocado recebe 140 mil.
Já no esporte coletivo, o valor é outro. O ouro é recompensando com 700 mil reais, a prata com 420 mil e o bronze, 280. Se o esporte incluir mais de seis atletas, a medalha de ouro passa a valer 1,5 milhão de reais.
Este ano, o governo aprovou uma medida provosória que vai isentar os atletas de pagar imposto sobre o prêmio em dinheiro pago pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que seria de 27,5%.
Mas para quem não alcança nenhuma das três primeiras colocações, as v a c a s são magras.
Nos Jogos de Tóquio 2020, entre os 309 atletas brasileiros, 131 não contavam com patrocínio e 33 combinavam a prática esportiva com outros trabalhos, relatou a Forbes.
No mesmo ano, outros 36 atletas participaram de permutas e 41 recorreram a vaquinhas para conseguir recursos financeiros.
Em outros países, acontece o mesmo. Jack Laugher (foto), medalhista de bronze no salto ornamental pela Grã-Bretanha, e Robbie Manson, remador da Nova Zelândia, utilizam uma plataforma de conteúdo adulto para garantir sua subsistência, relatou da Forbes.
Como a carreira esportiva é relativamente curta, muitos atletas decidem estudar para garantir a continuidade de seu sustento e, muitas vezes, esse estudo não está relacionado ao esporte.
É o caso da ginasta Flavia Saraiva, que estuda publicidade, e de sua colega experiente Jade Barbosa (foto), que é formada em marketing, informou a Forbes.
É verdade que Rebeca Andrade está no auge, com muitos patrocinadores e prêmios em dinheiro, mas, mesmo assim, a atleta investe na sua marca pessoal através das redes sociais. No futuro, ela sabe que dependerá de outras fontes de renda.
Já Bruno Rezende, o Bruninho do vôlei, pretende aplicar seu conhecimento como atleta em projetos sociais, no Instituto Compartilhar, fundado por seu pai, o atual técnico da seleção de vôlei masculina, Bernardinho.
O esporte de elite pode ser muito rentável para os que chegam ao topo, como Gabriel Medina (foto). No entanto, para os que se dedicam com a mesma intensidade, mas não conseguem ser os melhores entre os melhores, a jornada é repleta de frustração e dificuldades financeiras.
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