Medalha cassada, racismo e volta por cima: a história da judoca Rafaela Silva
Rafaela Silva é a judoca brasileira mais bem-sucedida mundialmente, divido a suas grandes realizações no esporte. Originária da comunidade Cidade de Deus, o Rio de Janeiro, enfrentou diversos obstáculos até alcançar o topo do judô!
Ela nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de abril de 1992, e começou a praticar judô no Instituto Reação, um projeto fundado pelo ex-judoca e medalhista olímpico brasileiro, Flávio Canto, com o objetivo de oferecer oportunidades para jovens carentes, por meio do esporte.
O talento de Rafaela foi descoberto por Geraldo Bernardes, que trabalhava no mesmo Instituto, e passou a ser seu treinador.
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Naquela época, o técnico Bernardes advertiu ao pai de Rafaela, Luiz Carlos, de que ela ganharia o mundo através do judô. E não foi diferente. Rafaela Silva deixou a comunidade pobre onde vivia para ser exemplo e inspiração a milhares jovens, em todo o mundo.
Em 2011, conquistou duas medalhas de prata, uma no Mundial de Paris (foto) e outra nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, ambos na categoria até 57 quilos.
Nas Olimpíadas de Londres, Rafaela Silva enfrentou o primeiro grande revés de sua carreira. Apesar de ser considerada uma forte candidata e cheia de esperanças de vitória, acabou desqualificada por aplicar um golpe ilegal.
A atleta recebeu inúmeras críticas por seu comportamento, além de ter sido alvo de comentários racistas. Os ataques a deixaram tão abalada, que ela pensou em desistir do judô.
“Foi bem difícil pra mim: eu tinha apenas 19 anos, estava na minha primeira Olimpíada, com vontade de realizar um sonho e fui eliminada na segunda luta. Queria receber apoio, mas fui recebida com críticas, preconceito. Machucou-me bastante”, contou à BBC.
Depois de receber apoio psicológico para enfrentar o trauma dos ataques, ela voltou a treinar e ganhou a medalha de ouro no Campeonato Mundial, tornando-se a primeira mulher brasileira a conquistar esse feito.
"Acho que não tem resposta melhor [aos críticos e racistas] do que com uma medalha de ouro, ” disse Rafaela, à repórter Júlia Carneiro, da BBC.
Sua maior conquista veio nas Olimpíadas do Rio. Com o ouro na categoria até 57 kg, tornou-se campeã olímpica em sua terra natal. A vitória foi amplamente celebrada no Brasil, não apenas por sua habilidade atlética, mas também por sua inspiradora jornada ao pódio olímpico.
"Treinei muito depois de Londres porque não queria repetir o sofrimento. Depois da minha derrota, muita gente me criticou, disse que eu era uma vergonha para minha família, para meu país. E agora sou campeã olímpica", disse, segundo o site UOL.
Outra decepção ocorreu nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru: sua vitória foi anulada. Após a competição, a atleta passou por um exame antidoping que detectou a presença de uma substância proibida, o fenoterol, um broncodilatador. Com isso, Rafaela ficou dois anos afastada das competições, além de perder o ouro.
"Sou seu professor desde que ela tinha oito anos de idade, com 20 anos de convívio, por isso asseguro que Rafaela pode ter defeitos, porém nunca fumou ou se d r o g o u. A grande força dela está justamente em adorar a competição, quando quase todos os atletas temem competir. Ela adora! É sua característica mais forte, intimida os adversários", disse Geraldo Bernardes, à Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro.
De volta ao esporte, Rafaela Silva ganhou novamente o título do Campeonato Mundial, em Tashkent, no Uzbequistão, depois de derrotar a adversária Haruka Funakubo, com um golpe chamado waza-ari.
Em outubro de 2023, Rafaela conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile, na categoria até 57 quilos. Com esse título, tornou-se a primeira judoca a conquistar os Jogos Pan-americanos, o Campeonato Mundial e as Olimpíadas!
O sucesso de Rafaela Silva a tornou um modelo a ser seguido para aspirantes a atletas. Ela tem utilizado sua imagem para contribuir com mudanças sociais, por meio do esporte.
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