A triste história de João do Pulo, estrela brasileira do atletismo

João do Pulo
Infância
Início no atletismo
Um atleta como poucos
O recorde de João do Pulo durou 10 anos
Declaração de seu técnico
Jogos Pan-Americanos de Porto Rico
Olimpíadas
Polêmica em Moscou
Tricampeão mundial
Um acidente trágico
Estado grave
Entrou para a política
Sua morte em 1999
Sua família vendeu as medalhas
Hall da Fama - COB
João do Pulo

O maior atleta brasileiro dos anos 1970, medalhista olímpico e recordista mundial, fez história no esporte e foi um verdadeiro herói. Mas, infelizmente, sua carreira acabou de forma trágica.

Infância

João Carlos de Oliveira nasceu em 28 de maio de 1954, em Pindamonhangaba, no interior paulista, onde cresceu em uma família pobre e, logo cedo, ficou órfão de mãe.

Início no atletismo

Ainda adolescente, entrou para o exército, onde serviu por 14 anos, chegando à Patente de Sargento. Aos 17, começou no atletismo, incentivado por seu professor de educação física, de acordo com a Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura do Brasil.

Foto: Unsplash - Adi Goldstein

Um atleta como poucos

Em 1975, o jovem atleta conquistou a medalha de ouro no salto à distância, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, e, em 15 de outubro, na mesma competição, levou o ouro no salto triplo, quebrando o recorde mundial, com a marca de 17,89 metros.

O recorde de João do Pulo durou 10 anos

A incrível marca do atleta brasileiro demorou 10 anos para ser batida. Foi o estadunidense Willie Banks (foto) quem estabeleceu o novo recorde mundial, com 17,97 m. Na América do Sul, a marca de João manteve-se até 2007, quando Jadel Gregório saltou 17,90m, no GP Brasil Caixa, em Belém.

Declaração de seu técnico

"Vai parecer pretensão minha, mas eu acho que o João era um Bolt. O João venceu sem treinar, sem se dedicar. Ele era especial. Era um absurdo", disse Pedro Henrique de Toledo, seu ex-treinador, ao Globo.

 

Jogos Pan-Americanos de Porto Rico

Em 1979, João do Pulo repetiu o feito, levando o ouro em duas provas: no salto à distância e no triplo.

Olimpíadas

Apesar de não haver conquistado o ouro olímpico, o brasileiro ganhou dois bronzes consecutivos no salto triplo, nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, e em Moscou, 1980.

Na foto, o campeão olímpico James Butts, em 1976.

Polêmica em Moscou

A disputa pelo ouro olímpico de Moscou foi controversa. João do Pulo teve dois saltos anulados por árbitros soviéticos, favorecendo os atletas russos, Viktor Saneyev, que ficou com a prata (foto), e Jaak Uudmae (ouro). Analistas internacionais consideraram que os saltos de João foram válidos e lhe dariam o ouro.

Tricampeão mundial

João do Pulo foi tricampeão mundial do salto triplo, em 1977, em Düsseldorf, na Alemanha; 1979, em Montreal, no Canadá; e 1981, em Roma (na foto, à esquerda), na Itália.

Um acidente trágico

No auge da carreira, o atleta teve sua trajetória tragicamente interrompida. Em 22 de dezembro de 1981, sofreu um grave acidente de carro, na via Anhanguera, no estado de São Paulo.

Estado grave

Ele chegou ao hospital, em Campinas, em coma, com hemorragia, contusão pulmonar, traumatismo craniano, esmagamento da perna direita e o maxilar fraturado, informou o Globo.

Entrou para a política

Depois de quase um ano na UTI, 16 cirurgias, 4 paradas cardiorrespiratórias e uma perna amputada, João do Pulo saiu do hospital. Entrou, então, para a vida política e foi eleito duas vezes como deputado estadual de São Paulo.

Sua morte em 1999

João do Pulo faleceu aos 45 anos, com cirrose hepática e infecção generalizada. Ele deixou dois filhos e passou  os últimos anos de vida em depressão. Sua única fonte de renda vinha como soldo de segundo tenente reformado do Exército, relatou a Fundação Cultural Palmares.

Foto: Unsplash - Mayron Oliveira

Sua família vendeu as medalhas

A família vendeu suas duas medalhas olímpicas e aquela do recorde mundial, obtida no Pan da Cidade do México, a Roberto Gesta de Melo, ex-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.

Hall da Fama - COB

Em 2019, João do Pulo entrou para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB), eternizado como um dos maiores atletas nacionais.

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