Jogo de tênis mais longo da história durou 11 horas e 5 minutos

A maior partida da história
John Isner
Nicolas Mahut
Diferenças entre os dois
Um primeiro set com vantagem para Isner
Mahut retorna ao jogo
Dois jogos decisivos consecutivos
Isner servindo
Primeiro match point para Isner
O cansaço paralisa a partida
A partida mais longa do mundo
Queda de recordes
O árbitro quase perdeu a voz
Mahut muito perto do feito
A partida entra para a história
De volta ao vestiário
Serviço: o rei da partida
Isner se safa
Mahut racha
Estatísticas
126 bolas usadas
“Vai além das qualidades físicas”
Um sonho para Isner
Um reencontro um ano depois
Isner ataca novamente
As regras mudam
A maior partida da história

É terça-feira, 22 de junho de 2010, às 18h18. Nicolas Mahut e John Isner entram na quadra número 18 do All England Club para disputar uma partida da primeira rodada do torneio de Wimbledon.

John Isner

De um lado, o americano John Isner, 19º colocado do mundo e grande favorito para o confronto, segundo stats-tennis.com. Com 2,08 m de altura, ele é conhecido por ser um dos melhores do circuito.

Nicolas Mahut

Do outro, Nicolas Mahut, 148º tenista do mundo e das eliminatórias (de acordo com a Associação de Tenistas Profissionais). O francês é um excelente jogador de duplas e de grama, superfície que domina com perfeição e que é favorável ao seu estilo: o saque e o voleio.

Diferenças entre os dois

Ao contrário de John Isner, que chega bem descansado para o primeiro round, Nicolas Mahut já havia muito tempo em quadra. Na verdade, na segunda pré-eliminatória, o francês venceu o britânico Alex Bogdanovic em três sets, incluindo 46 jogos só no terceiro set, que durou 2 horas e 51 minutos : 3-6, 6-3, 24-22.

Um primeiro set com vantagem para Isner

A partida começa, arbitrada pelo sueco Mohamed Lahyani, e John Isner, rapidamente, mede o adversário ao vencê-lo no primeiro set por 6 a 4 em 32 minutos, segundo o site oficial de Wimbledon.

Mahut retorna ao jogo

O segundo set é especial porque, pela primeira (e única) vez na partida, Nicolas Mahut consegue quebrar o adversário para e o vence por 6-3, em 29 minutos. Até agora, nada fora do normal.

Dois jogos decisivos consecutivos

O terceiro e o quarto sets, por sua vez, darão o tom para o resto da partida. Inseparáveis, os dois homens vencerão todos os jogos de serviço (apesar dos oito break points para Isner no quarto set) e se separarão de dois jogos decisivos: 6-7 (7-9) e 7-6 (7-3). São 21h07 e a noite cai após 2h54 de jogo, de acordo com a ESPN.

Isner servindo

Na quarta-feira, 23 de junho, às 14h05, recomeça a partida entre os dois homens para disputar o quinto set. Detalhe importante, é John Isner quem começa a sacar, o que obriga Nicolas Mahut a vencer o saque a cada vez para permanecer na partida.

Primeiro match point para Isner

Os debates revelaram-se particularmente acirrados neste quinto set. Nenhum jogador conseguiu colocar o adversário em dificuldade no saque, exceto no 19º jogo, John Isner liderou por 10 a 9 e obteve um match point após duas faltas duplas do francês. Este último salva com um novo ás, o 38.º na partida.

O cansaço paralisa a partida

É aí que a loucura começa. Na verdade, entre 25-24 e 32-32, Mahut consegue oito shutouts em seu saque, enquanto Isner perde apenas quatro pontos em seu saque, relata a Tennis Magazine. O cansaço está presente e os dois homens não conseguem mais devolver o saque do adversário. Os ases se sucedem a uma velocidade enlouquecedora.

A partida mais longa do mundo

Com 32-32, a partida chegou então a 6:34 e se tornou a mais longa da história, entrando no Livro de Recordes do Guinness. Mas está longe de acabar!

Queda de recordes

Aos 33-32, uma nova emoção percorrerá a quadra número 18. John Isner consegue dois match points, mas Nicolas Mahut não desiste. Ele venceu o primeiro indo para a rede e o segundo graças a um saque vencedor. No 75º jogo, o americano marcou o 79º ace da partida, um novo recorde.

O árbitro quase perdeu a voz

Os jogos continuaram e o árbitro admitiu ao New York Times que quase perdeu a vozm no segundo dia, devido à desidratação.

Mahut muito perto do feito

Aos 47-47, o placar congela, antes de escurecer aos 49-48. A partida parecia não ter fim quando, aos 50-50, Nicolas Mahut obteve dois break points, pela primeira vez desde o início do quinto set. O público prende a respiração, mas Isner acerta um saque vencedor e um smash.

A partida entra para a história

Depois de jogar 6 horas e 48 minutos sem parar, segundo a Tennis Magazine, os dois jogadores fizeram uma pausa para ir ao banheiro em 58-58. Pouco depois, Mahut permaneceu no chão após um mergulho, antes de ser aplaudido de pé pelos espectadores e até mesmo por seu oponente.

De volta ao vestiário

Aos 59-58, Mahut está com dificuldades no saque, mas salva um novo match point graças a um ás, seu 95ᵉ (contra 98 de Isner). Ele então reclamou da luz e, aos 59 a 59, após 7h06 de jogo do quinto set, a partida foi suspensa.

Serviço: o rei da partida

Na quinta-feira, 24 de junho, às 15h40, a partida recomeçou diante de uma multidão delirante. Os primeiros jogos desta recuperação são semelhantes: Mahut perdeu quatro pontos, contra sete de Isner durante os primeiros 17 serviços.

Isner se safa

Aos 68-68, novo ímpeto: desta vez com vantagem para Nicolas Mahut. O francês então lidera 0/30 no saque do americano, mas este se recupera e acerta seu 113º ás, liderando por 69-68.

Mahut racha

Depois de um drop shot perdido por Mahut, Isner lidera por 15-30 em 69-68. Após passe aos 30A, consegue o quinto match point e, em passe de backhand, crucifica o francês. O público se levanta, Isner não acredita no que vê: 70-68, após 11h05 de jogo, está classificado para o segundo turno.

Estatísticas

Se Isner venceu a partida naquele dia, foi Nicolas Mahut quem conquistou mais pontos: 502 contra 478. No total, o Guinness Book registrou 12 recordes para esta partida.

126 bolas usadas

No total, foram marcados 216 aces, incluindo 113 de Isner. O saque mais rápido do americano nesta partida foi de 230 km/h, segundo Wimbledon. Segundo o Dailymail, foram utilizadas 126 bolas neste jogo, tendo o árbitro solicitado novas bolas em 19 ocasiões.

“Vai além das qualidades físicas”

Em entrevista ao L'Équipe em 2010, Mahut explicou: “Vai além das qualidades físicas. [...] Já não sentia o meu corpo, mas permaneci numa espécie de atordoamento e foi o mental quem levou a melhor. Empurrei muito os meus limites e até penso que poderia ir mais longe. Achamos que temos limites, mas no final poderia não haver nenhum se tivéssemos que ir até 200-200, eu estava pronto para extrair energia daqueles ao meu redor."

Um sonho para Isner

Em coletiva de imprensa após a partida, Isner disse: "Quando saí da quadra, realmente pensei que era um sonho. Não pensei que esse tipo de partida fosse possível. Isso é algo que Nic e eu vamos compartilhar para sempre. Acho que não disse cinco palavras a esse rapaz antes da nossa partida. Agora, quando o vejo em outros torneios, sempre podemos falar disso."

Um reencontro um ano depois

A ironia é que, um ano depois, na primeira rodada de Wimbledon 2011, os dois homens se encontraram novamente, diante de uma multidão atônita, durante o sorteio. As estatísticas são de 127 para um, de acordo com a Tennis Magazine.

Isner ataca novamente

Mais uma vez, foi John Isner quem venceu com placar de 7-6 (7/4), 6-2, 7-6 (8/6), após 2h03 de partida.

As regras mudam

Em 2018, novamente em Wimbledon, John Isner completou uma nova maratona contra Kevin Anderson após 6h36 de jogo e 26 a 24 na última rodada. Após a partida, ele propôs " um tie-break em 12-12" no 5 set para evitar esse tipo de maratona. No ano seguinte, esta regra foi introduzida em Wimbledon... e o jogo Mahut-Isner não teve nada a ver com isso!

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