Os problemas de Paris que podem enfear as Olimpíadas 2024

Diretamente de Olympia, a chama olímpica chegou a Marselha em 8 de maio, marcando um momento simbólico para os Jogos Olímpicos de 2024.

Além das divergências entre os que apoiam e os que criticam o evento, resta a questão: Paris está preparada para sediar a competição a menos de 100 dias para o evento?

A maioria das infraestruturas está pronta ou quase pronta, como a Vila Olímpica, o centro aquático e a Arena Porte de la Chapelle, todos entregues no prazo.

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Mas outros projetos ainda estão em curso, como a instalação das 14.200 camas na vila olímpica e os estádios temporários, que terão um número recorde de 200 mil lugares.

A rede de transporte de Paris passou por várias expansões, incluindo a extensão da linha E do RER até La Défense e a extensão da linha 14 do metrô, até os aeroportos de Orly e Roissy.

Em entrevista ao jornal regional L'Union, o CEO da rede de ônibus parisiense, RATP, e ex-primeiro-ministro, Jean Castex, disse que a rede de transporte deverá estar pronta para os Jogos somente no final de junho.

No entanto, a superlotação dos transportes públicos durante as Olimpíadas continua a ser motivo de preocupação. As autoridades já incentivaram aqueles que puderem a adotar o teletrabalho durante esse período.

Em julho de 2023, um relatório parlamentar já tinha apontado os elevados riscos associados ao transporte público durante os Jogos Olímpicos.

O documento cita "atrasos na construção do Grand Paris Express (GPE), a falta de motoristas de ônibus e o aumento do uso do transporte público".

Além disso, alguns sindicatos convocaram uma greve antes das negociações sobre o bônus que deveriam receber nos Jogos Olímpicos. Será que transporte público sofrerá interrupções durante a competição, quando a rede estará mais saturada do que nunca?

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Os catadores de lixo também convocaram uma greve em alguns dias de maio e durante os meses de julho e agosto. Tudo isso levanta preocupações sobre a limpeza e a imagem da cidade durante os Jogos Olímpicos.

Outro assunto que suscita polêmicas recorrentes é a possibilidade de nadar no Sena, onde seriam realizadas algumas provas aquáticas. A promessa foi feita pelas autoridades públicas na preparação dos Jogos de 2024.

Le Point lembrou que a questão ainda não estava resolvida, dois meses e meio antes da competição. No TF1, o prefeito de Paris, Marc Guillaume, garantiu que o Sena seria navegável e que os locais permanentes para natação seriam abertos ao público em 2025.

O risco de um ataque t e r r o r i s t a é uma das principais questões ligadas aos Jogos Olímpicos. O ataque mortal em Moscou, em março de 2024, revelou um ressurgimento da ameaça islâmica, que também ameaça a Europa.

Em uma circular enviada aos prefeitos, citada pela BFM TV, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, destacou que "a escala do evento e sua superexposição na mídia poderiam ter um efeito galvanizador em certos perfis radicais".

Outro risco de segurança são os ataques cibernéticos, que podem ser orquestrados por redes criminosas, ativistas ou mesmo Estados inimigos.

@Markus Spiske/Unsplash

"Não podemos evitar todos os ataques, mas devemos limitar seu impacto nos Jogos", disse Vincent Strubel, diretor geral da Agência Nacional Francesa de Segurança de Sistemas de Informação (ANSSI), citado pelo L'Indépendant.

@Jefferson Santos/Unsplash

Confiante em sua capacidade de resposta, o diretor lembrou que a organização dos Jogos ocorreu em "um contexto de ameaças sem precedentes", o que deu origem a um "trabalho preparatório também sem precedentes".

Segundo pesquisa da Elabe, realizada para a BFM TV, apenas 24% dos cidadãos franceses dizem estar entusiasmados.

Entre os entrevistados, 46% expressou indiferença em relação ao grande evento esportivo e 30% mostrou ceticismo, um número que aumenta para 37%, entre os residentes da região metropolitana de Paris.

Apesar disso, de acordo com o mesmo levantamento, a maioria dos franceses (52%) planeja acompanhar os Jogos pela televisão ou participar de algum evento relacionado.

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