Por que Djokovic desperta tanta antipatia no mundo do tênis?

A última controvérsia na Austrália
Vaias generalizadas
Djokovic citou lesão como razão
O que disse Zverev?
A indignação de Carlos Alcaraz
As razões da animosidade do público
Andy Roddick
Yoko Ono do tênis?
Um jogador quase perfeito
O estigma de ser o terceiro
Como ser mais apreciado?
O melhor de todos
Uma fala contundente em Wimbledon
Sua personalidade alimentou o contragosto
A diferença entre bons e maus momentos
Recusa de vacinação
Jogos Olímpicos de Paris 2024
Ele tentou melhorar sua imagem
E entre os tenistas?
A última controvérsia na Austrália

Novak Djokovic envolveu-se em mais uma polêmica no Aberto da Austrália. Após perder o tie-break do primeiro set na semifinal contra Alexander Zverev, o sérvio abandonou a partida sob vaias da torcida.

Vaias generalizadas

Após um torneio marcado por polêmicas, desde desentendimentos com torcedores até acusações de envenenamento em 2022, a decisão de Djokovic de abandonar a partida contra Zverev intensificou a irritação geral contra ele.

Djokovic citou lesão como razão

Djokovic alegou ter abandonado a partida devido a uma distensão muscular insuportável no fim do primeiro set. "Foi muita coisa para lidar. Final infeliz, mas eu tentei", declarou após o jogo.

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O que disse Zverev?

Zverev defendeu o sérvio após as vaias: "Por favor, não vaiem um jogador lesionado. Sei que todos esperavam um jogo de cinco sets, mas lembrem-se de que Novak dedicou 20 anos de sua vida a este esporte."

A indignação de Carlos Alcaraz

Já nas quartas de final, Djokovic lesionou-se no fim do primeiro set contra Alcaraz. Após receber atendimento no vestiário, retornou à quadra e venceu a partida, apesar das acusações do espanhol de que ele teria fingido a lesão como uma "tática maliciosa".

As razões da animosidade do público

Mas este é apenas mais um capítulo na conturbada relação de amor e ódio que Novak Djokovic construiu com os fãs ao longo de sua carreira. Afinal, por que tantos demonstram antipatia pelo tenista sérvio?

Andy Roddick

Um de seus grandes rivais ao longo da carreira, o americano Andy Roddick, comparou Djokovic a seus dois principais adversários geracionais, Rafael Nadal e Roger Federer. Em seu podcast 'Served with Andy Roddick', afirmou que o sérvio é o menos querido entre os três pelo público.

Yoko Ono do tênis?

"Eu sinto que Novak Djokovic é o cara que separou os Beatles, ele é como a Yoko Ono do tênis. Não queríamos nem precisávamos dele. Já tínhamos a rivalidade perfeita, com um canhoto e um destro", disse Roddick sobre sua descoberta no mundo do tênis.

Um jogador quase perfeito

E acrescentou: "De repente, surgiu esse 'ciborgue' emotivo, que dizia: 'Sou completo, não podem me vencer'. Foi estranho. O fã casual de tênis parecia irritado com ele por isso".

O estigma de ser o terceiro

As palavras de Roddick refletem uma realidade evidente: desde que alcançou o mais alto nível, Djokovic carregou o estigma de ser o "intruso" na rivalidade perfeita entre Nadal e Federer.

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"Ele não queria ser ele mesmo"

Seguindo a mesma linha, o francês Jo-Wilfried Tsonga declarou no podcast 'Génération Do It Yourself' que o público rejeita Djokovic porque, em certo momento, ele tentou ser como Federer ou Nadal, em vez de assumir sua própria identidade.

Como ser mais apreciado?

"Djokovic não buscou ser apreciado, apenas fez as coisas à sua maneira. Ele tentou se distanciar da imagem de guerreiro, mas sua infância difícil o moldou assim. Se tivesse assumido isso desde o início, teria sido ainda mais valorizado", acrescentou Tsonga.

 

O melhor de todos

Mas o tempo provou que Novak Djokovic é o melhor do 'Big Three', com seus 24 Grand Slams, 428 semanas como número um, 40 títulos de Masters 1000 e sete Master Cups.

Uma fala contundente em Wimbledon

No entanto, isso não lhe garantiu o carinho do público. Um exemplo claro disso ocorreu em julho de 2024, em Wimbledon. Após vencer Holger Rune nas oitavas de final, diante de 15 mil espectadores, Djokovic ironizou as vaias: "Para quem me respeitou, boa noite. Para os que não, buuuuuuuua noite."

Sua personalidade alimentou o contragosto

Esses são apenas alguns exemplos da rejeição crescente contra Djokovic, alimentada por sua forte personalidade, sua recusa em silenciar diante das críticas e suas frequentes polêmicas em quadra.

A diferença entre bons e maus momentos

Djokovic oscila drasticamente entre a serenidade quando tudo vai bem e explosões de raiva quando enfrenta dificuldades. Nessas situações, recorre a protestos, provocações, quebras de raquete e, como na Austrália, é acusado de exagerar lesões para interromper ou desacelerar o jogo.

Recusa de vacinação

Outra atitude impopular foi sua recusa em se vacinar contra a Covid-19 no Aberto da Austrália de 2022, resultando em sua desclassificação e deportação.

Jogos Olímpicos de Paris 2024

Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Djokovic gerou polêmica ao exibir, após cada partida, uma cruz de Hilandar, símbolo da Igreja Ortodoxa. O gesto, ligado à sua fé, foi visto como um protesto contra a cerimônia de abertura, criticada por setores conservadores e religiosos.

Ele tentou melhorar sua imagem

Ao longo dos anos, Djokovic tentou conquistar o carinho dos fãs com gestos dentro e fora da quadra, sempre acessível para fotos e autógrafos. Mas, mesmo assim, ele não conseguiu se tornar verdadeiramente amado no mundo do tênis.

E entre os tenistas?

Ao contrário do público, Djokovic é muito respeitado pelos seus rivais no circuito. Isso ficou evidente quando tenistas como John Isner, Nick Kyrgios e John Millman o defenderam no caso da vacina, assim como Zverev em sua recente polêmica.

"Ninguém odeia os bons, eles odeiam os grandes"

Aos 37 anos, Djokovic não parece disposto a mudar sua forte personalidade. Como disse em Roland Garros 2023, citando Kobe Bryant: "Ninguém odeia os bons, odeiam os grandes."

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